No dia 24 de novembro, a Igreja celebra Santo André Dung-Lac e seus companheiros mártires, um grupo de 117 cristãos que deram suas vidas pela fé no Vietnã entre os séculos XVII e XIX. Esses homens e mulheres, entre padres, religiosos e leigos, enfrentaram perseguições brutais, mas permaneceram firmes em seu amor a Cristo. Sua canonização reforça o testemunho de coragem e fidelidade à fé cristã.
Quem foi Santo André Dung-Lac e sua obra?
Santo André Dung-Lac nasceu em Vietnam, em 1795, e desde jovem demonstrou grande inclinação para a vida religiosa. Sua família era muito pobre, e ele foi adotado por missionários católicos, que lhe proporcionaram educação e o introduziram na fé cristã. Com o tempo, tornou-se padre e dedicou sua vida à evangelização em meio a severas perseguições por parte do governo vietnamita, que via o cristianismo como uma ameaça à cultura e às tradições locais.
Durante sua missão, André Dung-Lac trabalhou incansavelmente para ensinar o Evangelho e oferecer os sacramentos aos fiéis, muitas vezes às escondidas para evitar as autoridades. Ele mudou de nome diversas vezes e se deslocou por várias regiões para escapar da perseguição, mas foi capturado e libertado mais de uma vez pelos fiéis que arrecadavam dinheiro para resgatá-lo.
Além de Santo André Dung-Lac, seus companheiros mártires incluíam bispos, padres, religiosos e leigos, muitos dos quais sofreram torturas extremas e mortes cruéis. Entre os mais conhecidos estão São Pedro Thi, São Paulo Le-Bao-Tinh e São João Dat, todos perseguidos por não renunciarem à fé cristã.
Santo André Dung-Lac e os mártires vietnamitas
- Eles foram canonizados pelo Papa João Paulo II em 1988, tornando-se os primeiros santos vietnamitas reconhecidos pela Igreja.
- As perseguições no Vietnã resultaram em cerca de 130.000 mortes de cristãos ao longo de dois séculos.
- Santo André Dung-Lac e seus companheiros representam diferentes origens sociais, desde padres estrangeiros até catequistas e simples agricultores.
- Durante as perseguições, muitos cristãos celebravam a fé em segredo, escondendo imagens sacras e realizando missas clandestinas.
Martírio e o legado dos mártires do Vietnã
Santo André Dung-Lac foi capturado pela última vez em 1839, junto com São Pedro Thi. Ambos foram submetidos a intensos interrogatórios e torturas, mas se recusaram a renunciar ao cristianismo. Condenados à morte, foram decapitados no dia 21 de dezembro de 1839, selando seu testemunho de fé com o martírio.
O legado de Santo André Dung-Lac e de seus companheiros permanece vivo no Vietnã e no mundo inteiro. Mesmo diante de perseguições, sua coragem inspira os cristãos a permanecerem fiéis a Deus. Hoje, a Igreja os celebra como um exemplo de resistência e devoção, lembrando que a fé verdadeira transcende qualquer sofrimento. A festa em 24 de novembro é um tributo àqueles que deram a vida por Cristo, encorajando os fiéis a seguirem seu exemplo de amor e fidelidade.
