São Paulo Miki e companheiros – 6 de fevereiro

São Paulo Miki e companheiros

São Paulo Miki e seus 25 companheiros mártires são celebrados no dia 6 de fevereiro. Esses fiéis foram vítimas da perseguição contra os cristãos no Japão no final do século XVI e morreram crucificados, tornando-se símbolos da fidelidade a Cristo e à Igreja.

Quem foi São Paulo Miki?

São Paulo Miki nasceu em 1564 no Japão, em uma família cristã. Ainda jovem, entrou para a Companhia de Jesus e se tornou um dos primeiros jesuítas japoneses. Conhecido por sua eloquência e grande capacidade de evangelização, ele se dedicou a difundir o cristianismo em seu país, conquistando muitos fiéis em um período de crescente perseguição religiosa promovida pelo xogunato Tokugawa.

A presença do cristianismo no Japão, introduzida por missionários como São Francisco Xavier em 1549, começou a ser vista como uma ameaça pelos líderes locais. O xogum Toyotomi Hideyoshi iniciou uma forte repressão contra os cristãos, levando à prisão de missionários estrangeiros e fiéis japoneses. Entre os detidos estava São Paulo Miki, junto com outros religiosos e leigos que praticavam sua fé em segredo.

O martírio dos 26 cristãos

Em 1597, São Paulo Miki e 25 companheiros foram condenados à morte por sua fé. Foram forçados a caminhar cerca de 800 km de Kyoto a Nagasaki, em meio ao frio intenso, sendo humilhados e torturados durante a jornada. Em 5 de fevereiro, chegaram ao Monte Nishizaka, onde foram pregados em cruzes e atravessados por lanças, seguindo o modelo da crucificação romana.

Mesmo diante da morte iminente, São Paulo Miki proclamou sua fé. Enquanto estava na cruz, dirigiu suas últimas palavras à multidão, afirmando que perdoava seus algozes e reafirmando sua crença em Cristo. Suas palavras ressoaram profundamente, tornando seu testemunho ainda mais poderoso para aqueles que presenciaram seu martírio.

Curiosidades sobre São Paulo Miki e seus companheiros

  • Os 26 mártires foram beatificados em 1627 pelo Papa Urbano VIII e canonizados em 1862 pelo Papa Pio IX.
  • O grupo era composto por seis missionários franciscanos, três jesuítas (incluindo São Paulo Miki) e 17 leigos, entre os quais havia crianças e catequistas japoneses.
  • O local de sua morte, o Monte Nishizaka em Nagasaki, tornou-se um santuário de peregrinação.
  • Mesmo após sua morte, o cristianismo continuou sendo praticado em segredo no Japão, dando origem aos “cristãos ocultos” (Kakure Kirishitan), que preservaram a fé por mais de 250 anos até a reabertura do país ao Ocidente.

Legado

Os 26 mártires do Japão foram mortos em 5 de fevereiro de 1597, mas sua memória continua viva na história da Igreja. Seu sacrifício fortaleceu a fé cristã no Japão e inspirou gerações de fiéis ao redor do mundo.

Hoje, sua festa litúrgica é celebrada com grande reverência, especialmente no Japão, onde sua coragem e testemunho são lembrados como exemplo de perseverança e fidelidade a Deus. O local de sua morte, o Santuário dos Mártires de Nagasaki, recebe peregrinos que buscam honrar sua memória e aprender sobre a resistência da fé em tempos de perseguição

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